quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Carpe Diem


Ora cá vai um chorrilho de clichés. Just because.

Tomamos como garantidos o nascer e o pôr do sol, milagre diário que poucas vezes paramos para apreciar.
A grossa e fria gota de chuva que cai no cabelo - ou mesmo na testa! - quando nos esquecemos do guarda-chuva, que embora seja inconveniente traz a gargalhada a um rosto sizudo.
O vento que nos desalinha o cabelo, que brinca connosco, que nos faz zangar porque estraga a toilette, mas que nos lembra que os pelos do braço existem - porque ficam em pé. 
O calor que não nos deixa dormir, que nos faz transpirar quando ansiamos pelo descanso, mas que nos lembra que é verão, tempo de sol, sal e mar. 
O frio que nos faz tremer, ficar desconfortáveis, tiritar e bater o dente, mas que convida a serões de chá, lareira e cobertor, a aninhar, receber e dar calor. 
Pensamos que estarão sempre lá, para nós, todos os que fazem parte da nossa rotina, do nosso mundinho. Que a amiga virtual de vez em quando dá um alô, que os amigos e colegas aparecem ou diariamente ou esporadicamente. Que os vizinhos serão sempre inconvenientes com ruído a portas fechadas, e politicamente corretos a portas abertas. Que os primos, tios, chegados ou afastados, falando regularmente ou só em ocasiões de ocasião, pai, mãe, irmãos, existirão sempre e estarão sempre à distância de uma tecla, de um telefone, de um alô.
Que o meu núcleo existe, que o meu Rapagão (já não é Baby...) brilhará sempre com o seu sorriso só para mim, qual raio de sol em dia pesado e cinzento. Que o meu Porto de Abrigo terá sempre os seus braços abertos, portões do meu Éden privado sentindo e antecipando toda a minha necessidade de mimo. 

Tomar como garantido é convidar a Sorte. Essa que intenta contra os incautos. Que se esconde, brincalhona e perversa, e nos lança desafios a ver como os ultrapassamos, ou até SE os ultrapassamos. 

Sabes que mais? Desta vez não, Velhaca! E não volto a tomar nada como garantido. Carpe Diem.

1 comentário:

Unknown disse...

Lindo e verdadeiro ❤