segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Desabafo!

Sem imagens, eufemismos ou embelezamentos.
Será que não entendes? Não dá. O problema tem de ser resolvido, e não amparado. Por muito que te custe.
De nada te serve ficar em casa, porque ela virá isso como uma recompensa.
Sei que te custa, mas é uma porta de duas vias; ao procurares ajuda para ela, ajudas-te a ti própria.
Levanta-te, vai onde tens de ir, e faz o que é preciso.
E quando não tiveres de ir, não te arrastes pela casa, não te prendas ao leito, faz isso por ti, mas acima de tudo por ELA.
Eu tento ajudar-te, aqueles que não são teus tentam ajudar-te, mas tu acenas e concordas apenas para, no instante seguinte, fazeres o contrário de tudo o que concordaste ser bom para a situação.
Tu tens que te centrar NELA. E eu ajudo-te no que conseguir, no que TU DEIXARES, mas eu tenho que me centrar nos meus! Egoísmo, desculpa lá, mas é assim!
E sustentar-te, aparar-te os golpes e as ilusões, NÃO É O CAMINHO!! Porque no momento que te deixares render, deixares de lutar, nada mais há a fazer. ISTO aprendi eu CONTIGO!!! Será que já não te recordas???
E dizer-te isto na cara? Quem consegue?...
Não te quero magoar... mas se tiver de chegar ao ponto que o abanão é o melhor despertar...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Refúgio



A pouco e pouco, temos perdido o controle. Não está nas nossas mãos, embora façamos por ajudar. Conseguimos fazê-lo até onde nos é permitido.
Ver quem amamos a lutar, e pouco podendo fazer, dói. A impotência faz com que, cada vez mais, o regressar a casa seja penoso. Se nos fosse possível, tudo estaria resolvido num toque, num instante. Mas não é. Será um processo, duro, trabalhoso, eu sei lá como e quanto e quando...
O que dizer, o que fazer e como pensar. É algo que se faz passo a passo, e ainda assim por vezes atitudes irreflectidas, de quem já não consegue estar impassível, inerte, acabam por trazer mais conflito.

E no meio disto tudo está quem não merece, quem devia pensar apenas em "lollipops and rainbows".

As férias tiveram de tudo um pouco. De mau. De muito... mau. De bradar aos céus, de arrancar cabelos, de desesperar, de ser paternalista e... chegar à exaustão. Baixar os braços e desistir.

Mas, graças a Zeus e a Poseidon, tiveram também um dia MÁGICO. E esse dia, essa sensação, cada cheiro, toque, som e cor, é o meu refúgio.
Há dias que ouvíamos na televisão que havia possibilidade de chuva. "E porque não?", dizíamos nós. Lembranças de dias de mocidade, há muito refundidas nos recantos mais recônditos da memória. O Rato Roeu a Rolha...
Nessa manhã decidimos; vamos hoje cedo. Vamos, voltamos e vamos novamente.
Saímos com o bafo quente do vento pesado a saudar-nos. Chegámos a uma praia cinzenta, de céu e mar, diferente dos outros dias. Conversa, jogos, brincadeira. Todos com a alma pesada, nós pelos nossos motivos, os que nos acompanhavam pelos seus.
E trovejou.
Olhámos o céu carregado, e uma vez mais surgiu a pergunta: "E porque não?"
Não vocalizada. Pensada.
E começou.
Gotas quentes e grossas começaram a fazer-se sentir na pele, a fazer-se ouvir sobre a areia.
Loucura total!
Guardámos rápidamente os haveres, empilhámos toalhas para evitar o encharcamento dos mesmos, e pusémo-nos a caminho. Mas, ao contrário de tantos outros veraneantes, dirigimo-nos para a água.
Foi lindo. Cada gota ressaltava no mar salgado, ou abria um pequeno sulco na areia. De tão grossas, tão pesadas, chegámos a pensar que seria granizo. Mas eram quentes, e não geladas. Entrámos na água até onde foi possível haver pé para o nosso pequeno Migues, e ali ficámos... a lavar o sal da alma, com a água doce que nos chegava dos Céus. As lágrimas rolavam-me pela face, por poder partilhar toda aquela magia com o meu Núcleo. Felizmente que chovia e não foi notado... Lamentei a ausência de alguns, mas não me permiti manchar por muito tempo aquele momento com lamentações. Secretamente agradeci. O meu Refúgio para os próximos tempos... pois ali, naquela junção de Céu e Mar, nada importou. O tempo perpetuou-se em cada gota, em cada onda... e é nesse abraço salgado que recebi, nessa beijoca repenicada a que tive direito, nesses risos loucos de alegria, que me refugio quando a minha mente precisa. Quando eu preciso.
Porque eu PRECISO de construir o nosso futuro sobre raízes de sorrisos. Não por mim. Por ELES.
Obrigada.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Porto de Abrigo


És tu. São os teus braços. O teu carinho, que me envolve a cada desapontamento.
O meu pedaço de céu privativo, a minha brisa numa noite quente e abafada, quando mais não posso e sufoco.
A almofada onde afogo as lágrimas é o teu peito, o bater do teu coração a minha melodia apaziguadora.
O teu sorriso faz-me querer acreditar que é tudo mínimo, embora eu me corroa por dentro quando não o vejo.
O teu toque acalma-me, o teu sussurro relaxa-me, é teu o meu sossego.
Todas as batalhas que travo, não as travo só. Tu estás lá, literalmente ou em ausência. O meu silêncio queima-me a alma, mas a tua palavra é a cascata fresca que apaga o ardor.
Preciso de ti todos os dias, agora, nesta hora de frustação, de inquietamento. Tu és o meu zen, o meu equilíbrio, o meu bom senso.
O nosso Filhote é a minha Felicidade, a minha Alegria. Tu és o meu Éden.
Amo-te.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mamã?! Tu não estás bem...



Quando o meu pequeno homem, o meu sol, o meu infante doce se vira para mim e me diz: "Mamã?! Tu não estás bem.... estás muito doentinha!!"
O que responder?
Como explicar?
A Mamã não é só Mamã. A Mamã, tal como a Avó, a Tia, a Professora, e tantas outras mulheres, é uma super-mulher! Há tantas no mundo!
Uma que conheço bem de perto.
A MINHA Mamã. Que com três filhos nos braços, um deles com incapacidade mental, lançou-se longe de uma vida sem nexo, sem Amor, acomodada mas sem luz. Partiu, sem nunca olhar para trás, sem medos nem pesares, abrindo caminho a uma independência custosa e renhida. Lutou com dois empregos durante muitos anos, deixando entregue à sua irmã, a quem confiou alma e coração, as poucas horas que os filhos ficavam em casa sem ela. O primogénito, cedo se fez homem, por ter de ser, por não haver remédio. A caçula, manteve-a na escola enquanto pôde, enquanto o parco salário combinado lhe permitia pagar os livros e os materiais. A inocente, tentou prestar-lhe o maior apoio, a melhor atenção. Enfrentou os anos vindouros com secura e frieza, que hoje entendo não ser o afastamento do carinho, mas o escudo da mágoa.
Hoje o primogénito é Homem feito, justo, já de cabelo prateado.
A caçula é Mulher, não perfeita mas grata.
A inocente ainda o é... e é o seu maior medo, que lhe falte algum dia.
Ainda hoje a minha super Mulher labuta, agora não para criar os filhos, mas para dar algum conforto à inocente e a si própria. Não importam as mazelas da idade, os ossos já moídos, os músculos desfeitos e o espírito quebrado. Parar? Não. Não o pode fazer. Se o fizer, rende-se... e a minha Mãe nunca se rendeu. Fraquejou, uns dias... mas NUNCA SE RENDEU.
Por isso, por mais que me lateje a cabeça, por mais que o estômago revolte, por muito que fraqueje e me doa o corpo... QUEM SOU EU para me render a uma tosse? A uma enxaqueca? A um desgosto do dia a dia, em que nada parece recompensador e apenas o chegar a casa é o abraço que me liberta?
Não!
Não, fofinho.... a mamã não está muito doentinha. Está só cansada. Mas depois do ó-ó, vai ficar muito bem. Boa. Pronta para outro dia!

quarta-feira, 24 de março de 2010

... Miss You...

Quando chegas, nesta semana, neste turno, já o teu filho dorme a sono solto. Eu consigo manter-me acordada, mas mal te sinto junto a mim, mal tenho o teu aconchego, perco-me nos teus braços e nos braços de Morfeu. De manhã, quando eu e o teu filhote saímos para a labuta diária, és tu quem dorme. Consegues acordar o suficiente para receber os nossos beijos, os nossos mimos de até logo, entre o cansaço e o bocejo.
Hoje, almoçámos juntos. É das poucas formas que temos de estar mais que breves minutos juntos. Adoro-te por isso... tiras tempo para mim, para nós.
Quero que o Mundo saiba que debaixo desse teu ar de mau, desse ar irónico inato, se esconde um romântico.
Um romântico ensinado, é um facto... mas um excelente aluno.
Os teus olhos, pequenos e meigos, desaparecem no teu sorriso. O teu ar bonacheirão e descontraído, não deixa revelar a delicadeza que tens nos gestos, quando estes são dirigidos a mim. Gostas de me ver arreliada, gostas de me provocar, "atazanar" - como adoras dizer, mas sei que gostas mais ainda de ver o que me vai na alma, quando te oiço dizer que me amas.
Porque tu és tudo isso. És a minha força, a minha raiva, a minha luta, a minha coragem, o meu alento... mas acima de tudo, és o meu Amor.
Adoro-te...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Feliz Dia!


Tal como o nosso rebento cresce, cresce também a tua capacidade de lhe dar resposta.

Estás cada vez mais paciente, mais companheiro, mais cúmplice do nosso filhote.

Haverá melhor confirmação que as covinhas do sorriso do Migues, quando está contigo? O brilho dos seus olhos, com a tua imagem espelhada, diz tudo.

Parabéns por seres cada vez mais, cada dia mais, todos os dias. Parabéns... e Obrigada!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Novo Ano!

Este ano, quero MAIS.
Mais do que de bom houve em 2009. O mau já lá ficou, já não interessa.
Quero mais Migues, mais Miguel. Mais tempo com eles e para eles.
Quero mais Eu, também. Cuidar mais de mim, que os anos andam para a frente, e não há volta.
Quero estar mais com os amigos e a família. Deixar de ser inerte nas folgas, arrancar o marido do (bem merecido descanso do) sofá e ir visitar amigos e parentes distantes. Ou abrir-lhes as portas do nosso mundo, do nosso lar, para que venham a nós, nem que seja à força ;) Ah, e quero mais tempo para o lar também... acabar os projectos que ficaram a meio.
Quero também ser mais em carreira. Em 2009 tive o meu primeiro artigo publicado, em 2010 tenho que no mínimo igualar.
Que os desafios do meu Boss continuem a vir, quero-os para crescer profissionalmente.
Que o meu secreto plano se realize... e mais não digo.
Não vou dizer que quero ir para a Faculdade. Isso quero todos os anos... e todos os anos há algo que me impede.
Mas quero mais formação. Interna, externa, o que vier.
Quero mais, 2010. E hás de dar-me. Simplesmente, porque eu QUERO. E quem quer, tem muita força!
BEM VINDO, 2010!