domingo, 26 de julho de 2009

Rock Beach 2009

O meu mundo espera-me.
Sinto debaixo das havaianas o piso irregular da calçada portuguesa. Ouço um mar de línguas, que se misturam entre o já típico inglês, o polaco - assim me parece - , o francês (serão fabians?) e o brasileiro.
Inspiro este ar, perfumado com brasas e promessas de sardinhas, marezia escondida entre o aroma dos bronzeadores, um trópico muito Português, muito delicioso.
O piso muda, galgo as escadas de mosaico velho, alguns partidos por excesso de uso, gastos e marcados por tantos veraneantes que deixam o seu rasto. Este piso é mais macio, mas mais perigoso; o mosaico molhado convida ao escorregão dos incautos.
Aqui, não há línguas. Apenas uma; a universal. O "flip-flop" das havaianas acompanhado da respiração pesada de quem desce, ofegante de quem sobe. O aroma já tem mais força de marezia - aqui não há antros de alimentação.
Muda outra vez o piso, percorro agora o calçadão (madeirão, como lhe chama o Hubbie), já mais ligeira, aqui não há sombra e o beijo do sol é violento. Tenho já no horizonte o mar, tanto o salgado como o de gente, e tento sem conseguir vislumbrar os meus, os que me pertencem.
Areia quente... estou mais perto, vou mais rápida, forçando os gémeos a um trabalho que não estão acostumados - o sedentarismo é mau.
Mas já os vejo. Preguiçando na toalha áspera de sal, rebolando entre as ondas, brincando com a areia húmida e repleta de conchas quebradas. Esperam as iguarias que fui a casa preparar - simples sandes recheadas de carinho e muitos líquidos para hidratar as carótidas - e não me vêm ainda. Mas eu já os vejo. E vou de encontro a eles.
De encontro ao meu mundo.