quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Coração pequenino...

Dói.
E como.
Temos de ser mamãs nas horas doces, e Mães nas horas de birra.
Ralhar-te dói. Colocar-te de castigo dói. Dói cá dentro, corrói, mói. Ditongo repetido.
E o nosso coração? O meu? Fica pequenino... temos de ter casca dura, porque nesta altura está-se a formar a norma, estamos a mostrar o caminho.
Estás cansado? Eu sei, meu pequeno... mas há trabalhos para fazer. Eu sei que não te apetece. E sei que os trouxeste para casa porque mandriaste na sala de aula...
E por isso temos de os fazer. Porque tens de ter, desde a mais tenra idade, a noção que o trabalho É para se fazer. A brincadeira espera, se não estás cansado para brincar, não estás cansado para trabalhar. E amanhã, quando mandriares na aula, pode ser que te recordes... se não fizeres na aula, tens trabalhos de aula e trabalhos de casa para fazer. Ou seja, trabalhos redobrados.
Disseste-me não. Mas um NÃO sonoro, acompanhado de um beiço que faz lembrar um símio traquinas. E sei que esse olhar, matreiro, está a testar. A ver até onde chega a vontade, e quando é que eu desisto. Mas eu não desisto de ti. NUNCA!
Dói... tenho o coração muito pequenino, mirrado, uma passa de uva a latejar minimamente. Porque ralhei contigo, coloquei-te de castigo, e só saíste do castigo quando prometeste continuar o trabalho. E juntos, magoados, sentidos, acabámos. Com paciência e carinho.
E depois a conversa. Aquela que tenho sempre contigo, SEMPRE, quando te ponho de castigo.
Pergunto-te porquê. Sem ralhar. Mas com dor. Para que percebas - eu NÃO QUERO colocar-te de castigo. Mas como não te portaste bem, não fazias o que te era pedido, foi necessário.
E tu sabes SEMPRE dizer porque foi.
E depois da conversa, vem o mimo. Para que saibas que, ralhando, castigando, fincando o pé e não cedendo aos teus testes e exigências, o Amor está sempre cá.
Amo-te, meu pequenino... e o meu coração enche-se novamente. Cresce. Remenda. Para endurecer. Para a próxima.