quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

De Génio e de Louco...

Um ilustre (des)conhecido disse um dia a célebre frase; de Génio e de Louco todos temos um pouco.
Pois sabem que mais? De Luz e de Trevas também. Podemos estar livremente a passear nos raios celestiais do Astro Rei, num campo inundado de gotas de orvalho a cintilar por entre as margaridas e os dentes-de-leão, para subitamente entrarmos na densa e obscura floresta, que com o intrinsecar dos ramos dos carvalhos bloqueia toda e qualquer luz.
A nossa sanidade pode ser tão precária como uma fina camada de gelo sobre um lago, prestes a dilacerar-se sob uma pisada mais forte, arrastando os incautos para o abraço frio e sombrio das àguas que sob ela descansam. E aí vem a loucura.
Assim somos nós. Assim sou eu. Um dia de Verão, alegre e rico de cores e luz, exuberante em toda a sua harmonia... para se tornar no mais feroz tornado, insano, furioso, àvido de destruição.
E o que provoca essa súbita mudança? Tudo. Nada. Não sei... haja alguém que me compreenda e explique, por favor. Porque eu há muito já desisti de o fazer.
Mas tudo passa. Tal como na Natureza nada se perde, tudo se transforma - um ciclo vicioso e interminável - , também a fina camada gélida e translúcida da sanidade se repara, reconstrói, se sara... ocultando novamente o tenebroso abraço sob si própria.
Mas tudo passa...

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